quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O método da imprecisão

A inspiração: ainda inédito no Brasil


A ideia de criar este espaço para escrever notas, ensaios curtos e experiências críticas a respeito de temas e questões culturais é antiga. Tanto quanto a moda dos blogs. Hoje, eles nem são mais tão numerosos quanto o foram. O certo é que nunca tinha chegado a uma ideia precisa do que gostaria de publicar nele - o que se pode concluir que, por um bom tempo, o desejo era mais narcisista do que qualquer outra coisa.
De uns meses para cá, comecei a entrar em acordo comigo mesmo. Pensei mais sistematicamente no que poderia ser publicado, no que seria interessante para mim e para quem se interessar em ler as postagens.
Não cheguei a uma definição precisa do que seria sua "linha editorial". Daí o título - tomado de uma obra homônima do espanhol Enrique Vila-Matas, que inspirado no verso de Fernando Pessoa "Viajar/ Perder Países" chegou a "Escrever/ Perder teorias". A escrita, sugere Vila-Matas, não comprova as teorias. Ao contrário, mostra como elas são incapazes de dar conta do mundo. Não é o caso de desvalorizar as teorias, mas de evitar uma interpretação que as toma por "mandamentos", que ordem tudo aquilo sobre o que teorizam.
O que faz da minha proposta algo bem simples. Ser uma espécie de livro de anotações aberto, com escritos sobre temas e questões culturais. Quase tudo vindo de leituras em ziguezague, para fugir da armadilha de perder as teorias de maneira errada - quando se resolve criar, por si só, novas, baseadas naquilo que se acredita fazer. Por paradoxal que seja, a intensão é apresentar escritos de um leitor, não de um escritor.

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