quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

St. James's Day

Primeiro encontro: o livro de
R. Ellmann, editado pela Globo
O 2 de fevereiro sempre foi um dia especial para James Joyce. O escritor irlandês nasceu nesta data, há exatos 130 anos, mas, aos 40 anos, ela ganhou mais um significado, além de seu aniversário. Em 1922, dias antes dos modernistas brasileiros entrarem para a história em sua mítica Semana de Arte Moderna, Joyce recebeu em sua casa, em Paris, um exemplar de "Ulysses". Era o resultado de sete anos de trabalho intenso, iniciado em 1914 (mas sonhado oito anos antes).
Não é um livro fácil, mas de uma riqueza que faz o leitor pensar algumas vezes antes de desistir deles. A velha pergunta "qual livro você levaria para uma ilha deserta?" poderia ter sido concebida pensando nele, afinal, trata-se de um romance que o deixa ocupado. Que exige mais um detetive do que um leitor.
No Brasil, temos duas traduções de "Ulisses", uma pela Civilização Brasileira, outra da Objetiva (escrevi sobre elas, anos atrás, no Diário do Nordeste). A terceira sai este ano, pela Cia. das Letras. Há joyceanos partidários de uma e de outra e, certamente, a terceira vai ter seus adeptos - contudo, como a tradução jamais coincide com o original, a ideia de uma tradução "definitiva" é papo interesseiro de editora. O trabalho de Joyce, em especial, é escorregadio às traduções. Assim, cada nova versão traz novas pistas para o leitor esforçado.

* E se você se sentiu enganado, fica a retificação de que o dia de Saint James The Great (aqui, o apóstolo Tiago) é celebrado em 25 de julho.

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